5# Desfrutar da vida: A verdadeira riqueza para além do acumular
No ritmo acelerado dos nossos dias, é fácil cair na armadilha de acreditar que a verdadeira prosperidade se mede pelo que acumulamos: o número de bens, o saldo na conta bancária, o cargo que alcançamos. Corremos, trabalhamos incessantemente, sempre em busca de mais, numa ânsia que raramente nos permite parar e olhar para trás. Mas, como nos recorda a sabedoria intemporal de Eclesiastes, há uma dimensão muito mais profunda no ato de desfrutar da vida.
Aquele livro antigo fala-nos de uma busca incessante por prazer e riquezas que, no final, pode deixar um vazio. Desfrutar, ter bens e prosperar não se trata apenas de acumular, mas de saber apreciar e viver com gratidão aquilo que já temos. Muitos alcançam o topo, têm vastas riquezas e bens, mas a paz interior continua a ser um luxo inatingível. Trabalham sem descanso, sem nunca sentir que é suficiente, presos numa corrida sem fim.
A verdadeira prosperidade, talvez, não esteja na quantidade, mas na qualidade do desfrute e no equilíbrio que encontramos. É ter o suficiente para viver bem, sim, mas é, acima de tudo, ter um coração satisfeito e grato pelo que se possui. É olhar para a nossa família, para os nossos amigos, para a nossa casa, para a simplicidade de um fim de tarde, e encontrar ali a abundância.
Pensemos na nossa família, no nosso porto seguro. De que serve uma casa cheia de luxos se não há tempo para nela construir memórias e risadas? Para que serve o sucesso profissional se a exaustão nos impede de estar verdadeiramente presentes para quem amamos? A correria do dia a dia muitas vezes leva à perda de paciência, à comunicação superficial e a um stress constante que mina a alegria de viver.
A tecnologia, apesar de nos ligar ao mundo, pode também roubar-nos do nosso presente, absorvendo o nosso tempo e atenção. A sobrecarga de tarefas e responsabilidades, que tanto recai sobre os ombros de pais e mães hoje em dia, esgota a energia que gostaríamos de dedicar a cultivar os laços mais importantes.
O desafio é encontrar o ponto de equilíbrio, a sabedoria para desacelerar e valorizar o que é essencial. É redescobrir a alegria nas pequenas coisas, na partilha, na escuta ativa, na presença. É construir um ambiente familiar onde a paz não é um luxo, mas uma conquista diária que se vive com gratidão por aquilo que já se tem.
Desfrutar a vida com equilíbrio e um coração satisfeito é a verdadeira riqueza que se pode aspirar. É uma prosperidade que alimenta a alma e fortalece os laços que nos unem.